Descompassos de uma vida apaixonada.

           

"Eu não tenho medo de te amar depois morrer, porque morrer de amor é viver."
Esses dias aconteceu um evento que me fez refletir. Uma entrevista. Me perguntaram se eu gostava de Literatura Portuguesa, pausei a mão sobre o coração, e de maneira mais apaixonada disse: "Eu gosto bastante". A editora que precisava de um estagiário que conhecesse seus produções, insistiu, "de que autor você gosta?", agora pensando, poderia ter dito Valter Hugo Mae ou até mesmo o Fernando Pessoa, mas acho que meu sorriso e minha excitação falaram mais alto e respondi antes de conseguir pensar, meio que por impulso. Com os olhos brilhando eu disse: "- Camões, eu amo Camões." elas ficaram surpresas com minha resposta. E me perguntaram: "Como assim? Alguém tão novo gosta de Camões?!" Eu que já me desprendi de certos conceitos respondi: "Eu tive um professor titular em Literatura Portuguesa que lia os sonetos e baixava o livro sobre o colo, parava na minha frente exibia o braço e dizia: 'Tá vendo Bruno?" eu sem entender olhava para o braço dele e dizia: "o que professor?". "Estou arrepiado!". Nossa é indescritível como meu coração compartilhava da mesma emoção que a dele. Eu puxei todas as matérias que consegui, tentei acompanha-lo na faculdade por tamanha habilidade em me envolver com seus sentimentos e suas leituras. "Eu sei que parece bobo." Disse na entrevista, "mas ele despertava o mais puro dos meus sentimentos". Elas riram, mas sai de lá Bruno, humilde, apaixonado e confiante de que eu tinha sido eu sem mais a vergonha que me trava o espirito. É assim que tenho desejado ser, mais e mais doce.

2 comentários:

  1. Oláaa! Ameeei o final "sem mais a vergonha que me trava o espirito"... Muito bom o seu texto!

    Suuper beijo; seguindo aqui!
    http://estoulendoo.blogspot.com.br/

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  2. Achei um fato muito interessante. Lindo, puro. As palavras me arrepiaram, mesmo eu não tendo muito conhecimento das obras de Camões. Me senti tentado, impulsionado a pesquisar mais, ler mais. Enfim. Apaixonante.

    um grande abraço,
    Iago Marcell

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