This is Us - 5x06: Birth Mother

 


    Essa hora da noite eu pego para atualizar meu blog  e sei o que quero mostrar, mas não sei o que quero dizer com as imagens. Na última publicação do meu blog. Eu mostrei o desenho que me fez chegar até This is Us. Aquela frase: você chora. 

   Foi muito importante para mim, principalmente me permitir chorar assistindo essa série. Muitas coisas que gostaria de construir e viver ao lado de alguém legal. Muitas dores que não saberia resolver ou curar. 

    Porém, hoje gostaria de falar do lago em que a mãe biológica do Randall cura todas as suas dores. Eu tenho uma conexão muito forte com a água. Nunca superei a música do Caetano em que ele diz: a água arrepiada pelo vento. Não há um dia que eu não pense em me jogar num rio e gritar o mais profundo grito de cura. De salvação, de redenção, de autocuidado.


     Talvez em algum momento consiga vir aqui e dizer de maneira mais precisa sobre essa série. Ou sobre como cheguei até ela. (talvez um comercial da globo?) Mas por enquanto, gostaria de dizer que me marcou, que salvou meu 2023. Que muitas coisas ainda reverberam em mim.

Como cheguei até This is Us (série)

 

(cena do último episódio da primeira temporada de The Midnight Gospel by netflix)

    Em um dos fragmentos que chegou até mim deste desenho dizia:

- Eu sei que não dá para evitar o coração partido, mas o que eu faço quando eu sofrer?

- Você chora. Você chora. (diz a mãe).

Automaticamente cheguei nas lembranças da última vez que chorei. A segunda década dos anos dois mil, foram tão difíceis para mim. Minha mãe me expulsou de casa, meu pai com processo de exoneração de pensão alimentícia depois de tudo que a gente (eu e minha irmã). E tinha tanta dor presa, tanta dor entalada. Eu nunca oscilei tanto de humor como foi 2023 por causa da medicação de ansiedade. Eu me cai e levantei tantas vezes. Hoje escuto com espanto quando meus amigos dizem: você é sensível. Eu nunca achei que mostrava para as pessoas toda a minha fragilidade. Eu estou ficando ciente pelas pessoas que sinto demais, que transbordo demais. 





Influência dos astros na vida do homem. = DESTINO, SORTE


    Há um tempo eu fiz um jogo do destino no tarô com um profissional respeitável. Além de diversos sentimentos que surgiram que falavam da minha infância, dos excessos que sofri principalmente da minha mãe. Foi uma expreriência diferente. Você não sai ileso, você sai de uma sequência de arcanos remexido como um quarto que procuram por algo valioso sem sucesso. 
    Ainda assim, eu recomendo que as pessoas façam, aprendi o que deveria dar atenção, no que meu coração deve focar. No que meu carinho e amor estavam deixando passar (muitos sentimentos e todos esses verbos no infinitivo). 
 

Uma lembrança olhando a chuva

 

Assim como na Odisseia, minha terapeuta disse:

- Prepara um barco e traz teu pai de volta.

 

Então esses dias eu me preparei e disse tudo

o quanto meu pai foi a pessoa que mais amei.

Contei como todas as coisas mais importantes

ou as mais divertidas foram com ele que aprendi.

 

Ele me ensinou a desenhar,

me levava para nadar com ele.

Me ensinou a jogar xadrez,

eu fazia esculturas de gesso e

pintávamos usando a tinta óleo que

usava para pintar os quadros dele.

 

Eu amava quando subíamos para o quartinho em cima da casa da minha avó

e usávamos os materiais de desenho dele. Na minha cabeça era um mega ateliê.

(devia ser um quartinho com um monte de sucata)

Meu pai foi meu maior herói.

 

Que saudade do sentimento "não havia nada que meu pai não sabia".

todas as coisas mais diferentes na minha rotina era ele que me proporcionava.

Uma vez ele comprou dois desenhos numa banca de jornal

e deu um para mim outro pra minha irmã, para a gente colorir,

o objetivo era ele por num quadro.

(na época a gente não soube entender)

 

Todas as coisas que estimulavam minha criatividade

ou minha cognição eram sempre com meu pai.

Eu nunca joguei nenhum tipo videogame com minha mãe,

mas com meu pai, a gente até jogava Pokémon juntos

e discutia música brasileira.

 

Minha terapeuta ficou muda e em seguida disse:

- Sabe aquela sua amiga do trabalho, que te conhece há anos

e ficou surpresa quando qualquer dia desses você a contou

que você morava com seu pai e sua avó?

- A Ingrid? Disse.

- Isso! Sempre que você fala do seu pai, eu me sinto igualzinho a ela.

Eu até esqueço que você tem pai.

Gargalhamos juntos

e eu a consolei dizendo que a maioria das pessoas que

eu conheço também nem fazem ideia que tenho pai.

- Que tenho pai.

E lembrei da Odisseia: "quem me dera ser filho de um homem feliz"

    Todos os dias me questiono se sou bom pesquisador. Tive várias traições esse ano. Apunhalada atrás de apaunhalada.  Publiquei dois textos acadêmicos, em uma revista A1 e outra B1. Mesmo tendo essas confirmações da qualidade de pesquisa que faço, ainda me sinto num lugar de extra fragilidade. Como se eu não tivesse um foco, não soubesse traçar um corpus fechado e plausível de ser analisado.

    Hoje fiquei feliz de não ter aula do curso da odisseia não estou conseguindo ler com uma certa antecedência apesar de achá-lo um texto muito bonito, cada dia mais apaixonado. Mas e a minha pesquisa? e a minha maneira de construir ciência? Espero que a espiritualidade me faça chegar nas respostas que preciso.