Para ler ao som de Cavatina do
Quarteto Nº 13 em Si Bemol Maior, Op. 130 de Beethoven.
“Estou certa de que estou
enlouquecendo outra vez. Sinto que não podemos sobreviver outro daqueles
terríveis períodos. E não me recobraria desta vez. Começo a ouvir vozes, e não
consigo me concentrar. Assim, estou fazendo o que parece a melhor coisa. Você
me deu a maior felicidade possível. Você foi, sob todos os aspectos, tudo o que
alguém pode ser. Não Creio que duas pessoas tenham sido mais felizes até que
sobreveio essa terrível doença. Não consigo mais lutar. Sei que estou
estragando a sua vida, que sem mim você conseguirá trabalhar. E você o fará, eu
sei. Você percebe que não consigo nem escrever direito. Não consigo ler. O que
posso dizer é que devo toda a felicidade da minha vida a você. Você foi
inteiramente paciente comigo e incrivelmente bom. Quero dizer que... todo mundo
sabe. Se alguém pudesse ter me salvado teria sido você. Tudo se esvaiu de mim,
menos a certeza de sua bondade. Não posso mais continuar estragando a sua vida.
Não creio que duas pessoas possam ter sido mais felizes do que nós fomos.”
Leonard enterrou as cinzas
debaixo de um dos dois grandes olmos que eles haviam batizado de “Leonard” e “Virginia”,
no jardim da Monk’s House. Em cima, uma tabuleta com uma citação do final de As Ondas:
“Contra ti me arremeto,
invencível e inquebrantável, ó morte.”
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