PRETA GIL


 Esses dias viralizou uma conversa que a Preta Gil teve com seu pai. Eu particularmente amo o Gil e sua contribuição para a cultura/música brasileira. Mas, sempre pela Preta, sei de alguns comentários e atitudes dividosas do Gil, por exemplo, um dia ela disse que Gil tinha o "olhar de balança", "Preta,você emagreceu 2 quilos?" ou então, quando Preta lançou seu primeiro disco ele só comentou "desnecessário, preta." se referindo a ela ter pousado nu para seu disco. 


Uma das falas mais marcantes que já ouvi da Preta: "ele (ex-marido) se apaixonou por outra, até ai normal, amores de verão vem e vão". nunca pensei que em uma relação de anos houvesse essa possibilidade de amar outro, digo isso, porque outro dia desses um rapaz que conheci aqui em Campinas me disse que falava de mim na terapia, que nunca pensou gostar de um poeta. Descobri depois que o rapaz era casado (e me adicionou no LinkedIn para a mulher não desconfiar). O desfecho dessa história nem é tão bom quanto o que aprendo com Preta, mas fica aqui o registro de alguém que desejo muita saúde e mais possibilidades de escuta-lá falando sobre a vida, sobre seu pai e aprendizados em geral.


Liniker incomodando

 


acho uma régua injusta porque estamos falando de uma mulher-trans-preta que quer sentir o direito de ser amada, no país que mais mata pessoas como ela, pessoas como nós.

Eu, particularmente, estou em transe com o disco novo. O quê mais me mobiliza em CAJU é a parte “quando eu alçar o voo mais bonito da minha vida, quem me chamará de amor?” Eu sei que um homem incrível, esforçado, trabalhador, que sou simplismente foda. Mas, me dói não ter ninguém para celebrar os meus voos mais altos, quando conquisto grandes momentos não tem ninguém ao meu lado. 

Eu, por exemplo, não tive formatura, graças a Deus, não tive o constrangimento de ir num evento familiar, sem parente para convidar, mas seguimos resistindo como corpos diferentes, mas ao som de Liniker que nos coloca em afeto ao direito de sermos amados(as) e desejados (as). 

um poeta com portfólio

 

Nunca achei que fosse experiênciar algo parecido. Inicialmente, pensei em pagar alguém para fazer um para mim, mas o valor era 600 reais. E, não tem jeito. Era algo que só eu poderia fazer por mim, só eu podia lembrar de tudo que fiz, de tudo que publiquei, de tudo que participei. Um dia desses conversando com meu orientador, que na época estava escrevendo um memorial para ser promovido, me disse que estava entendendo o percurso dele na universidade, os desejos, onde tudo desagou em que nós somos atualmente. 
Não foi por vaidade a construção destas 14 páginas de carreira literária. Uma obrigação que enfrentei e com meus poucos recursos construí. Orgulho de mais uma etapa da minha vida. Que quem receba perceba que entreguei mais que afeto neste portfólio.