Nem toda Travessa merece uma Laselva.

  “Gosto tanto de você, baby. Só que os escritores são seres muito cruéis, estão sempre matando a vida à procura de histórias.” /Caio F. Abreu
 

Optar a Literatura como arte, foi talvez, uma das minhas decisões mais difíceis. A medida que a mídia nos empurra Paulo Coelho, Jô Soares, ou a Internet que atua nos empurrando blogs, twitters com toda essa gente que não sabe escrever. Eu tenho me assustado e me revoltado com tamanha quantidade de informação desnecessária que nos é enviada e empurrada goela abaixo.

Não venho aqui ter a prepotência de dizer que sou um escritor melhor ou pior que o Paulo Coelho ou o Jô Soares, até porque pela experiência de vida de ambos, com certeza acredito que os dois tenham mais tempo de estrada e historias mais interessantes para contar que eu. Portanto, proponho nesse Post o registro da minha insatisfação do que é Literatura e o que a mídia e/ou os meios de comunicação nos empurram como consumo, visto que é fácil ter um livro vendido na categoria best-sallers (Mais vendidos) exibindo um comercial no horário nobre da televisão brasileira, ou se popularmente preferir: no horário comercial da novela das nove oito.


Essa revolta toda na verdade é vestígios do meu desencantamento e descontentamento de trabalhar numa livraria, um emprego no qual eu saltitava em acreditar que de poético e mágico – leia-se poético e mágico apenas na minha mente fantasiosa – todavia, não demorei a persistir em viver a tal da cruel-realidade-humana, e me encontrei após o primeiro dia um desconforto e incomodo com um trabalho sujo de vender livros de autoajuda e não esqueça é claro os tão fracos Best-Sellers que tenho que empurrar para as pessoas para ganhar uma comissão para somar ao meu salário juntamente com o desgaste emocional de aturar gente intelectual que lê MENTES PERIGOSAS de Ana Beatriz Barbosa.

Eu digo a Literatura como uma das mais difíceis formas de artes, pois a literatura exige um tempo, uma sensibilidade mais que visual ou material palpável que outras formas de arte, talvez, possa expressar e exibir com facilidade. Ao contrário de físico a literatura pede paciência e tenta cativar de maneira mais simples, com o reconhecimento do leitor ao enredo descrito por páginas e mais páginas, com orações extensas e algumas cansativas de se ter vontade de ler e/ou acompanhar. E de tudo mais sujo na vida o best-seller oferece uma leitura fácil e sem desafios ao leitor, é doutrinar a literatura como algo necessário e não como uma arte.

*Laselva a maldita livraria.

2 comentários:

  1. Realmente é um saco essa coisa de termos de absorver tudo ao redor é um saco. Não apenas na literatura, como em outras artes ou mesmo informações. Tanto que os 140 são para agilizar nossas ideias. Leia-se, às vezes, compactar mesmo.

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  2. Ah, eu não concordo com muita coisa do que você disse sobre best-seller. Não acho que um best-seller seja uma coisa fácil de se produzir, não. Se fosse teríamos formações de escritores em toda esquina aplicando uma receita de best-seller, e não é assim que o sucesso de uma obra funciona.
    Eu acredito, inclusive, que essa marginalização do best-seller por uma parte dos estudiosos de Literatura uma bobeira. Vai sempre existir coisa boa e coisa ruim no mundo e a gente só consegue distinguir um do outro conhecendo. No caso, lendo. Eu parto do conceito que toda leitura vale. Até (eca) auto-ajuda.

    Quer ler Thalita Rebouças, Crepúsculo, Bula de remédio? Leia. Melhor do que nada, pelo menos tá lendo alguma coisa.

    Também não acredito que uma leitura precisa ser maçante de se ler para ser considerada arte. Eu pelo menos continuo querendo ler por prazer.

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